Amiga Betânia, segue texto para possível publicação no seu eclético e festejado blog, Vamos aproveitar este espaço para homenagear os que estão lutando pela liberdade, como as mulheres muçulmanas. wolf
Pra começar, uma provocação: você já visitou alguma mesquita, para conhecer pelo menos a rica e polifônica arquitetura islâmica?
Aproveitando, enfim, este espaço editorial do eclético blog, sob o comando da arquiteta-desinger Betânia, relato um fato inédito.
Ou seja: Vejam que inacreditável. Em plena Cracolândia, na Rua Guaianazes, no Centro de São Paulo, onde habito, uma comissão de muçulmanos acaba de instalar num antigo prédio uma mesquita. Ou um santuário de oração.
Vindos de Marrocos, esses enigmáticos vizinhos, com suas túnicas brancas ou cinzas, me lembram dos tempos de seminarista, quando trajava batina. Com passos apressados, cruzam a rua, em meio a moradores de rua, ¨nóias¨ e catadores de papelão e edifícios cinzentos.
Da janela da kitnete, onde vivo, costumo vê-los em suas orações, que me trazem à memória os rituais e liturgias das igrejas e capelas católicas, um programa arquitetônico, por sinal, tão esquecido pelos arquitetos, mas que já produziu projetos marcantes como a catedral de Brasília, de Oscar Niemeyer.
Um dia desses, enfim, um muçulmano me ofertou um exemplar, em português (com tradução de Samir El Hayek), do Alcorão, o livro sagrado do Islã. Confesso que fiquei emocionado e agradecido, a ponto de lhe pedir uma dedicatória. Gentilmente, ele me atendeu, escrevendo: “ em nome de Allah, esta tradução do livro sagrado foi doada para Wolf, do sr. Said”.
O insólito presente me abriu, afinal, uma nova janela de conhecimento, despertando-me a curiosidade, em nome da diversidade cultural, para conhecer algo sobre o Islamismo e sua arquitetura, e, inclusive, sobre Marrocos, o distante país situado ao Noroeste da África, desenhado por antigos mercados. Mesquitas e monumentos, cujo território abriga o vasto deserto do Saara…
Sobre Marrocos, na realidade, só me lembrava de um filme chamado “Casablanca”, do cineasta norte-americano Michael Curtiz, de origem húngara, locado justamente na cidade marroquina de Casablanca.
Arquitetura islâmica? Feita de arcos, pátios, abóbadas, pórticos, mirantes e uma rica linguagem decorativa rendilhada pouco conhecida pelo Ocidente, a exemplo da mesquita de Damasco ou de Santa Sophia, na Turquia, essa arquitetura, segundo o historiador Germain Bazin, em a “História da Arte”, acabou inspirando o estilo gótico, além de inaugurar o sistema de construção com abóbadas.
A destacar, ainda, sua rica decoração feita de tecidos, metais e filigranas de ouro , inspirada na fauna e flora da natureza.
Sobre o Islamismo, devo confessar minha total ignorância. A propósito, vale registrar a entrevista publicada pela revista Isto É (número 2210) com o sociólogo norte-americano, de origem espanhola, José Casanova, na qual ele chama a atenção para “o processo de globalização do Islã”, frente à crise religiosa na Europa e à politização da religião em outros países, como nos Estados Unidos e, inclusive, o mercanlismo de seitas obscuras explorando a fé de tantas pessoas da periferia..
Para concluir, um pedido a Deus, Jeová ou Allah, neste momento de tantas intolerâncias pelo mundo, em pleno século XXI. Oxalá a tolerância e o respeito às divergências vençam os preconceitos, as discriminações e as restrições aos direitos de ser, fazer e pensar diferente, ã semelhança da arquitetura islâmica que soube, ao longo dos tempos, conjuminar estilos e estética tão diferenciada! (abaixo: India Delhi JAMA Masjid)
Que a chamada “primavera árabe”, deflagrada em tantos países mulçumanos com a participação da mulher, que revelou sua nova face contra a submissão, mutiplique-se no Oriente e, inclusive, em vários países do Ocidente, como Cuba etc.!
José Wolf.
Wolf, veja os dois post na sequencia para te responder: Islamismo e Arquitetura da Mesquita em São Paulo. Aproveitando Wolf olha que fotos maravilhosas encontrei sobre a India. Delhi, um caso de amor, no Blog Fatos e Fotos de Viagem. Betânia