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CARNAVAL, é SIM festa de todos

Resposta aos posts: CARNAVAL, grande festa (ainda) NÃO é para todos e Memórias dos meus carnavais.

Beta, (amiga de muitos carnavais)

Carnaval é isso, ou você sente ou você sai correndo e fugindo da alegria…pernambuco A folia pernambucana é um pouco diferente das escolas de samba do sudeste, ou dos blocos com cordões da Bahia, mas sem rivalizar cada um gosta do tempero de sua terra…

Vivendo aqui em Barcelona há 6 anos, onde a folia momesca é mais uma festa de crianças e gurizada.

Eu posso sentir saudade ainda mais dos evoés, do vassorinha, do enquanta ladeira, da sala de justiça e logicamente do carro chefe, do nosso Zé Pereira que tem nome e sobrenome que era Sr Eneas Freire, que eu mesmo daqui fazia questão do Sábado telefonar e ouvir a voz que foi de uma das pessoas que mais tive prazer em trabalhar, um homem sério que fez de um bloco familiar virar uma grande marca… Sair no guines book e arrasta a cada sábado no Recife mais de um milhão e meio de foliões..Carnaval

Carnaval eu acredito que sim é festa de todos, pois existe um carnaval para cada bolso e como queira participar, eu lamento que os que assistem o carnaval da janela muitas vezes pode se assustar, é possível que se veja o carnaval como uma festa que aparentemente as pessoas fazem de tudo, que exista violência, enfim, existe mesmo tudo, mas como a arte esta nos olhos de quem aprecia, para mim carnaval ta no compasso do seu coração, nos que tem memória como Betania, Patrícia, Pierrôs, Colombinas… É bem mais fácil ser feliz com a folia, os que nunca viram talvez confunda um desfile com o gado de sua fazenda… Mas, eu prefiro ainda ver como a festa de todos, como o lugar para vestir sua fantasia e realizar um pouco do sonho, de pintar a cara e sair da rua… Encontrar amigos, rir com a criatividade de outros…Carnaval

 Eu prefiro sonhar que um galo desperte a multidão, eu prefiro imaginar e ver nos números de todo ano, que mesmo numa cidade que tem fama de violenta como Recife, tem números razoavelmente pequenos para ter uma multidão, sem cordão de isolamento juntos e mesclados. Não nego que necessita ter fôlego, ter frevo no pé, saber passar por multidões para atravessar as ruas, mas sempre tem um lugar para todos tem uma amiga Rose Maria que trabalhando atualmente no Governo de Pernambuco criou um camarote para foliões com algumas dificuldades especiais, e eles dançam, sentem a música de sua forma e conseguem ver através dos acordes que o carnaval é para todos, num camarote dentro da folia do GALO DA MADRUGADA…carnaval

Assim, prefiro dizer carnaval é sim a festa de todos, corrupção, diferenças sociais não se precisa do carnaval para enxergar… É só melhorar o dia-a-dia, o seu respeito por todos, deixemos a folia para a beleza da alegria!

Feliz carnaval para todos

PATRICIA CASSEMIRO, Barcelona-Espanha

CARNAVAL, grande festa (ainda) NÃO é para todos.

Gde. Betânia, não sei por que, mas você, apesar de não ser uma Carmem Miranda, tem a  cara de Carnaval, da alegria. Assim, estou enviando este texto à espera de seu texto sobre o Carnaval do Recife e Olinda. Que, por sinal, estão sendo procurados pelos turistas como opção, segundo o noticiário da CBN, que cancelaram Salvador devido aos últimos acontecimentos de violência e da greve de policiais. com um abração e muito axé do Wolf, o provocador

Arquitetura & realidade

   Classificado pelo ex-técnico da Seleção Brasileira, nos anos 70, João Saldanha, de “o grande espetáculo nacional”, o futebol vem marcando, ao lado do Carnaval, o calendário litúrgico de eventos esportivos e festivos realizados anualmente no pais, envolvendo torcidas fanáticas, como a do Corinthians, Flamengo e o Sport Club, de Recife.

  Num ensaio intitulado “Cinema e futebol: uma história em dois campos”, que recebeu menção honrosa num concurso da antiga Embrafilme, observei que em qualquer povoado brasileiro, há sempre, além de uma capelinha ou igreja, um campinho de terra batida improvisado de futebol. Onde, meninos da periferia sonham, por meio de seus dribles e chutes, tornarem-se ídolos, a exemplo de um Ronaldo e, agora, de um Neymar, cujos passes lembram os de um exímio bailarino.

    O futebol, sem dúvida, tem sido um fator fundamental de inclusão social para muitos jovens carentes, principalmente de origem negra num país de tantas exclusões e carências.

    O tema, enfim, foi pouco explorado pelo cinema, mas lembraria um clássico: “Garrincha, alegria do povo”, do cineasta Joaquim Pedro de Andrade , que tive o privilégio de entrevistar , nos tempos de repórter do “Jornal do Brasil”, no Rio.

    O futebol foi motivo de projetos arquitetônicos magníficos de estádios, a exemplo do estádio do Morumbi, em São Paulo,  projetado por Vilanova Artigas.

    Aliás, o futebol, é um tema do momento em função de estádios que, em meio a suspeitas de obras superfaturadas, estão sendo construídos ou reciclados para a Copa de 2014.

     Vale lembrar que, ao lado do futebol, o grande evento, que move grande parte da população afro-brasileira é, sem dúvida, o Carnaval.

     Evento, por sinal, que mereceu do arquiteto Oscar Niemeyer um verdadeiro templo. Ou seja: o Sambódromo do Rio de Janeiro, cujo Arco da Apoteose teria sido inspirado nas curvas de um sensual biquíni das mulatas cariocas. Mais sobre o assunto no post, ARQUITETURA AINDA NÃO APRENDEU A SAMBAR!

     No livro “Carnaval Ijexá”, o antropólogo Antonio Risério, destaca a diferença entre o Carnaval da Bahia e do Sul. Tema, por sinal, pouco explorado pela Arquitetura.

     No carnaval da Bahia ou Olinda, prevalece a presença da raça negra, do frevo e do afoxé enquanto, no Sul, a do branco.  Além disso, um traduz um espetáculo de marketing, tipo Globo Beleza, dos bumbuns e seios de silicone, enquanto o outro, a alegria espontânea popular, da magia e da fantasia. Como a do Homem da Meia-noite, de Olinda, que completa 80 anos de existência.Olinda

A propósito, em Olinda, certa vez, eu vi de frente, na sacada da casa da Janete e Acácio Gil Borsoi, na Rua do Amparo,  a alegria da multidão diante da passagem do Homem da Meia-Noite. Mas ao pipocar o Carnaval, entre os tambores tribais de Edwin e o grito de guerra do feérico Alceu Valença, autor dos clássicos “Rubi” e “7 desejos”,  eu fugi da folia  feito gato escaldado com medo de água fria.

     Aliás, Betânia, até parece que a música “La belle de jour” foi composta pra você,

 Eu lembraria, ainda, que um dia, um turista inglês atrevido, decidiu assistir ao Carnaval de São Paulo. Decepcionado, confessou: – ah, preferia estar na Inglaterra, contemplando, na minha fazenda, o desfile de meu gado do que ver esta pobreza! Com certeza, agora, pensaria diferente, pois hoje as Escolas de São Paulo estão no mesmo patamar de excelência às do Rio..

   Outro turista estrangeiro, depois de assistir ao desfile das Escolas de Samba, no Rio, reagiu: Good! Quase fui atropelado pelo bumbum-torpedo de uma mulata!.

    Ao finalizar, diria, porém: enquanto persistirem casos de corrupção política, a exemplo até do Ministério das Cidades, a expulsão de centenas de famílias de seus abrigos em nome da discutível reintegração de posse, favelas e o desabamento de edifícios, com vítimas,  por irresponsabilidade técnica e profissional, devemos concordar com a atriz Glória Pires que “ainda não dá pra ser feliz”. Ou que, infelizmente, a festa ainda não é de todos, conforme se desejaria.  José Wolf

Wolf, muito obrigada fiquei *lisonjeada com sua lembrança. bjs Betânia (*Sentir-se bem querido por alguma atitude alheia). Respondi: Memorias do meus carnavais.